sábado, 22 de agosto de 2009

MALDIÇÂO - (Parte II)






MALDIÇÂO II


Desejo-te o inferno, por maldição.
O mais terrível dos castigos, que te faça sofrer.
Que o fogo te envolva, te transforme em fumo.
Que nunca sejas nada, que nunca sejas realmente amada.


Que a felicidade não te conheça, ela que se esqueça de ti.
Só em sonhos verás a esperança, ela que morra em ti.
Escolherás sempre o erro, influenciado pelo mal.
Seguirás de encontro aos becos, em acessos de egoísmo.

Desejo-te o inverno, uma constelação de nada
Lá poderás ver o significado de sofrer.
Sentirás no teu corpo, o poder do mal.
Serás atraiçoada, profundamente violada.

Um dia levantarás os olhos ao céu.
Irás orar por angústia, rastejar de dor, de pranto.
Irás implorar, chorar, gritar por alguém.
E verás que estás só, sem ninguém.

Desejo-te um inferno, por futuro
Um túnel sem fim, eternamente escuro.
Que a loucura se apodere de ti, sem perdão.
Que o tempo não te traga, que te enterre no passado.

Só te desejo o inferno, por maldição.

Paulo Ramoa
02/92

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